Estava calmo como de costume, porém sentia alguma coisa estranha no ar. Subia as escadas daquele velho prédio ciente de sua obrigação, já fizera daquilo um ato corriqueiro e não esboçava nenhuma afobação ou receio. Chegou à porta do Apto. 33, não estava trancada. Girou a maçaneta silenciosamente, um infeliz dormia numa cadeira junto a uma escrivaninha, e um radio tocava Johnny Cash, Bridge Over Troubled Water, ele não gostava dessa. Encostou a porta a suas costas, verificou que o sujeito da cadeira dormia profundamente e havia adormecido sem terminar o whisky servido, aumentou o volume, tomou o whisky do copo , acendeu um cigarro apagado do cinzeiro, serviu outra dose, pegou mais três cigarros de dentro do maço, bebeu seu trago, baixou o volume e calmamente deixou o apartamento.
Fazia meses que estava a roubar a bebida e cigarros de seu vizinho, fazia disso um trabalho diário, minucioso, não podia roubar tudo de uma vez para não gerar suspeitas.
Ao deixar o apartamento, fora confirmada sua intuição, um forte mal estar e a lembrança da imagem de um estranho frasco sobre a escrivaninha, o fizeram suspeitar que as queixas de solidão e ameaças de suicídio de seu vizinho não eram em vão.
Fazia meses que estava a roubar a bebida e cigarros de seu vizinho, fazia disso um trabalho diário, minucioso, não podia roubar tudo de uma vez para não gerar suspeitas.
Ao deixar o apartamento, fora confirmada sua intuição, um forte mal estar e a lembrança da imagem de um estranho frasco sobre a escrivaninha, o fizeram suspeitar que as queixas de solidão e ameaças de suicídio de seu vizinho não eram em vão.